festival de world music na Fábrica da Pólvora
Como já é hábito, a Fábrica da Pólvora (em Barcarena, junto à Universidade Atlântica) acolhe o FESTIVAL SETE SÓIS, SETE LUAS, no seu bonito (porque não dizê-lo?) auditório ao ar livre, todas as 6.ªs feiras, pelas 22h, até ao final de Agosto.
No Ars Musica (3) anunciámos o concerto inaugural com os Nakaira (mix do Mediterrâneo), que não desiludiram os espectadores aquecendo com um potpourri klezmeriano uma noite fria como não seria de esperar em pleno Verão. Fornecemos agora o programa completo do Festival, recomendando desde já que não percam o próximo concerto - que se prevê muito divertido - a cargo de um grupo indo-francês que versará o kitsch indiano com a sua pop art de fusão.
A entrada é livre em todos os concertos
Programa:
29 de Junho - Nakaira (Sicília : mix mediterrâneo /balcãs, etc.)
6 de Julho - Olly & The Bollywood (Índia/França)
13 de Julho - Musica Nostra (Baleares)
20 de Julho - Dounia (Itália)
27 de Julho - Parto delle Nuvole Pesanti (Sul da Itália: Calábria)
3 de Agosto - Lautari (Sicília)
10 Agosto - Lombarda (Andaluzia)
17 de Agosto - Kumenei (Salento)
24 Agosto - Café Aman (Turquia/Grécia)
31 de Agosto - Rogelio Botanz & Puntos Suspensivos (Canárias)
Grupos (por ordem de actuação)
NAKAIRA
A banda Nakaira nasce em 1999 com a ambição de repropor um percurso entre músicas e danças do Mediterrâneo, com influências nomeadamente do mundo grego e das ilhas do Sul da Europa combinadas num constante processo de contaminação. Em Janeiro de 2000 surgem os primeiros frutos com o álbum intitulado "Músicas à dançar entre Oriente e Ocidente" para a chancela Ethnoworld. O grupo desloca as suas atenções e a sua pesquisa estilística para o âmbito das tradições mediterrânicas, participando em numerosas manifestações nacionais e internacionais, entre as quais se destacam: Lithos, Etna Etnica, Festival on the Moor (UK) e o FIMU Festival (França).
OLLY & THE BOLLYWOOD ORCHESTRA
Olly & The Bollywood Orchestra são protagonistas de uma original produção simultaneamente musical e visual que mergulha no universo cinematico bollywoodesco. Fusão caleidoscópica de elementos visuais e sonoros das culturas indiana e pan-europeia, convocando inclusivé o kitsch que lhe está associado. Fazem-no de forma despreconceituada mas não servil, um pouco à maneira de Bryan Ferry e dos Roxy Music, ainda que não atinjam o nirvana crítico de um Frank Zappa, vale a pena conhecê-los. Acabaram de lançar um CD duplo (2 pelo preço de 1, embora no conjunto, perfazendo uma duração inferior à capacidade de um único disco), com chancela da Sony (DZ dixit)
MÚSICA NOSTRA
Os Música Nostra constituíram-se em 1981 com o objectivo de investigar, redescobrir e preservar a música popular das ilhas baleares para dá-la a conhecer ao povo maiorquino.
Ao longo de todos estes anos, a banda tem trabalhado para conseguir devolver a merecida dignidade à música popular, em particular a recuperação do chamado "ball de bot". É de salientar que a par do trabalho de recuperação de antigos temas, iniciaram uma actividade de composições originais, com arranjos nunca banais e sempre inovadores. Estreia Nacional
DOUNIA
Dounia é um grupo musical que tem como protagonista a grande voz do cantor palestiniano Faisal Taher, cujas sonoridades afundam as suas raízes no Mediterrâneo. Esta voz, graças também a um background musical fundamentalmente acústico, presta-se para misturas inéditas de melodias e harmonias que parecem provir dos quatro cantos do mundo. Com uma rica experiência em actuações ao vivo, contando com inúmeras digressões e com a participação em festivais como o Rossini Opera Festival (2002), o Womad (2001) e o World Music Festival de Belo Horizonte, os Dounia propõem agora um concerto com músicas dos seus álbuns e outras pertencentes à rica tradição do Médio Oriente.
PARTO DELLE NUVOLE PESANTI
6 músicos constituem esta banda, cujo nome significa "O parto das nuvens pesadas", onde os temas da viagem e da emigração representam uma espécie de manifesto artístico. Para além das inúmeras digressões e aparições televisivas, um bom testemunho do seu êxito é a participação no Prémio Italiano Musica (PIM) como revelação do ano (1999) e no prestigiado Premio Tenco (1998, 1999, 2001), dedicado à música de autor. E a crítica italiana definiu precisamente como "etno-autoral" o Cd "Il parto", de 2004, que marcou uma viragem na história da música popular e uma experiência de grande originalidade na música italiana.
LAUTARI
Banda musical fundada em 1987 em Catania (Sicília) por músicos das mais diversas áreas, os Laudari surgiram com o objectivo de pesquisar e preservar o imenso material musical e poético típico da tradição musical siciliana. A ideia de efectuar um sincretismo entre várias sonoridades e vários tipos de folclore popular levou estes músicos a realizar um mix original e fascinante de instrumentos provenientes das mais diversas regiões, desde os sicilianos (bandolim, bandola, ciaramella e maranzano) aos outros, italianos e não só (a guitarra rítmica da Calábria, a harpa celta, as percussões africanas). Estreia Nacional.
LOMBARDA
Lombarda é um nome genuíno da tradição musical andaluza, que desenvolveu um original trabalho de recolha musical na província de Granada. No último trabalho musical do grupo participaram como convidados grandes nomes da música espanhola como Enrique Morente e Eliseo Parra. O concerto de Lombarda é muito variado e consegue envolver o público em danças e bailes com grande ritmo.
KUMENEI
Kumenei é uma palavra que na lingua grika (a antigua lingua que se falava na região italiana do Salento) queria dizer "pode ser".
Kumenei é uma máquina com um grande ritmo de paixões, uma ponte perfeita entre a memória dos tambores das danças de "trance" e o mundo de hoje, com ligações fortes aos outros povos do Mediterrâneo.
Kumenei, um grupo baseado na região italiana do Salento, trabalha nos ritmos da tradição da "taranta" (as músicas características do sul da Itália) e das percussões, procurando reinventar os ritmos musicais.
CAFÉ-AMAN
O nome do grupo inspira-se nos famosos cafés-aman onde nos séculos XIX e XX em Smyrne, em Atenas e no Pireo se tocava o rebetiko, a música popular urbana daquela época.
O grupo apresenta um belíssimo e animado concerto dedicado às músicas das costas da Ásia Menor, caracterizadas pelas influências das culturas musicais dos Gregos, Turcos, Armenos e Judeus presentes nas grandes cidades da Ásia Menor como Istambul e Smirne. A virtuosidade instrumental e vocal, assim como a diversidade dos estilos musicais apresentados por "Café Aman" são a característica mais típica de um repertório que na história musical é recordado como o "canto popular urbano de Smyrne" ("Smyrneiko tragoudi").
ROGELIO BOTANZ & PUNTOS SUSPENSIVOS
«Rogelio Botanz apresenta um original projecto musical, cheio dos ritmos do arquipélago das Canárias. Depois de dedicar muitos anos ao estudo da música popular canaria e a sua ligação com a história das ilhas, chegou a destacar-se como um dos maiores representantes da sua música popular.
Na sua carreira já apresentou concertos em lugares tão diferentes como Cuba, Venezuela, África do Sul, México ou Montpellier (França). Participou em festivais como Atlântica (Gran Canaria) juntamente a artistas como Rita Marley ou Jarabe de Palo; no Fórum de Las Culturas de Barcelona, juntamente a Kepa Junkera, no Festival Timitar en Agadir (Marruecos), onde actua juntamente a Eliades Ochoa, Jimmy Cliff, Omou Sangare, e Cheik Lô.
Com a sua banda “Puntos Suspensivos” dá protagonismo à utilização da percussão canaria, recuperando ritmos e instrumentos do folclore canario. A proposta musical de Rogelio Botanz abraça as influências tradicionais canarias e as letras do autor num fluxo de sensações que consegue convidar ao movimento qualquer espectador.
Na sua carreira já apresentou concertos em lugares tão diferentes como Cuba, Venezuela, África do Sul, México ou Montpellier (França). Participou em festivais como Atlântica (Gran Canaria) juntamente a artistas como Rita Marley ou Jarabe de Palo; no Fórum de Las Culturas de Barcelona, juntamente a Kepa Junkera, no Festival Timitar en Agadir (Marruecos), onde actua juntamente a Eliades Ochoa, Jimmy Cliff, Omou Sangare, e Cheik Lô.
Com a sua banda “Puntos Suspensivos” dá protagonismo à utilização da percussão canaria, recuperando ritmos e instrumentos do folclore canario. A proposta musical de Rogelio Botanz abraça as influências tradicionais canarias e as letras do autor num fluxo de sensações que consegue convidar ao movimento qualquer espectador.
N.R.: Todas as referências in programa do Festival, excepto Olly & The Bollywood, por David Z.
Obs.: A "exposição/instalação" de Oliviero Toscani (Itália), pareceu-nos perfeitamente dispensável, até porque a causa dos "burros" poderia ser bem ilustrada com a prata da casa...