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Friday, July 11, 2008

ARS MUSICA (48): Ars Organorum, Singing Tubes : XI FIOL


XI FESTIVAL INTERNACIONAL DE ÓRGÃO DE LISBOA

12 de Setembro a 1 de Outubro de 2008
Entrada Livre em todos os concertos.


O Festival Internacional de Órgão de Lisboa aí está de volta para deleite do seu público fiel e de novos adeptos. A programação é diversificada abrangendo obras das escolas espanhola, francesa, holandesa, inglesa e “portuguesa” (ou melhor italiana, se atentarmos na formação do “nosso” Marcos Portugal), do século XVI ao XX. Aliás, este último estará em destaque com a redescoberta para o grande público da Sonata para órgão e da Missa grande (primeira audição contemporânea), obras que encerrarão a componente concertística do Festival (este prolongar-se-à com masterclasses, nos dias imediatos). O programa contará também com compositores menos conhecidos entre nós (referimo-nos aos da escola espanhola, embora também não seja frequente ouvir o flamengo Sweelinck), assim como os incontornáveis Johann Sebastian Bach e Edward Elgar (sim o da “Pompa e Circunstância”, aqui convocada para abrir as “hostilidades”). Mas, a haver polémica, esta será centrada na obra de Olivier Messiaen, um dos maiores compositores do século XX, cuja memória é este ano homenageada, a propósito do centenário do seu nascimento (importará também ouvir as suas emblemáticas obras orquestrais e para piano solo, etc., além do famoso “Quatour pour la fin du temps”, mas as suas composições para órgão vieram também transfigurar a escrita para este instrumento). A não perder!

Directores Artísticos do Festival: João Vaz e António Duarte

Programa:
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SEXTA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
Concerto de abertura: música vitoriana
João Vaz, órgão
António Duarte, órgão
Coral Lisboa Cantat
Jorge Alves, direcção
As Marchas Pompa e Circunstância de Edward Elgar ou o hino «Jerusalém» de Charles Hubert Parry permanecem ainda hoje como símbolos musicais da Inglaterra Vitoriana. Menos conhecida do público português é a enorme produção coral daqueles compositores. No concerto de abertura do XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa, o Coral Lisboa Cantat, sob a direcção de Jorge Alves, e os organistas João Vaz e António Duarte propõem um programa que, para além de obras corais com órgão (como o Te Deum de Charles Villiers Stanford, utilizado na cerimónia da coroação do rei Eduardo VII), apresenta obras a cappella e a execução integral dos Vesper Voluntaries para órgão solo de Elgar.

SÁBADO, 13 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
Salve Regina
Maria Nacy, órgão
A «Salve Regina», uma das quatro antífonas marianas do calendário litúrgico cristão, é cantada de Domingo da Trindade até ao Sábado antes do primeiro Domingo do Advento. Trata-se de uma prece à Virgem Maria, a Rainha Santa, e integra a última das orações do Rosário de Nossa Senhora. As suas origens musicais remontam à Idade Média, provavelmente pela pena do monge alemão Hermann de Richenau, compositor, teórico, matemático e astrónomo, activo no século XI. Fonte de inspiração ao longo dos séculos, a «Salve Regina», que fornece o tema ao qual este concerto se subordina, foi tratada por inúmeros compositores, tanto do Norte como do Sul da Europa. Este programa, totalmente preenchido com obras de autores espanhóis, portugueses, neerlandeses e alemães, faz-se eco desse facto, e tem a interpretá-lo a organista Maria Nacy, especialista em música antiga ibérica e germânica, com discografia publicada nesses domínios.

DOMINGO, 14 DE SETEMBRO, 21:30H
Igreja Matriz de Oeiras
Música espanhola para órgão nos alvores da Idade Contemporânea
Miguel Bernal, órgão
Para este concerto, o organista alicantino Miguel Bernal, responsável pela nova edição da obra integral de Francisco Correa de Arauxo, apresenta-nos um programa constituído por autores pouco conhecidos do grande público. Estamos na presença de compositores que aprenderam o seu ofício no seio da tradição eclesiástica, mas que a profunda ruptura epistemológica causada pela Revolução Francesa obrigou a que se adaptassem aos novos tempos e aos novos ventos que sopravam de Paris. A música e as artes em geral conheceram então um incremento pouco usual em Espanha, não obstante a devastação causada pela passagem dos exércitos napoleónicos e o consequente conflito armado que, entre 1808 e 1814, opôs aquele país e os seus aliados, Portugal e o Reino Unido, ao primeiro Império Francês. Simpatizante das ideias que lhe chegavam de além-Pirinéus, a burguesia espanhola, no poder, faria aprovar em 1812 a Constituição de Cádis, e com ela a cofirmação do triunfo dos liberais e de uma nova mentalidade.

QUINTA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
O Canto Gregoriano na Música para Órgão
Antoine Sibertin-Blanc, órgão
Coro Solemnis
João Crisóstomo, direcção
Conhecido sobretudo pela sua obra para cravo (um dos marcos da literatura barroca francesa para o instrumento), François Couperin escreveu na sua juventude duas missas para órgão: uma para uso das paróquias e outra para uso dos conventos, sendo esta última mais simples e destinada a um instrumento de menores dimensões. A Messe des paroisses exige, pelo contrário, um órgão com mais recursos e é baseada na missa gregoriana «Cunctipotens genitor Deus». Reduzida à sua componente instrumental na maioria das execuções em concerto, esta obra é aqui apresentada por Antoine Sibertin-Blanc e pelo Coro Solemnis, dirigido por João Crisóstomo, numa versão mais próxima da intenção original, alternando as intervenções do órgão com as secções cantadas da missa gregoriana.

SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
J. S. Bach e os seus Antecessores
Paolo Crivellaro, órgão
Vincent Lübeck, Jan Pieterszoon Sweelinck e Samuel Scheidt, representantes da escola do Norte da Europa, exerceram em Johann Sebastian Bach uma notável influência, tanto ao nível instrumental como composicional. Apreciador da música italiana, o autor de A Arte da Fuga transcreveu ainda obras de António Vivaldi e recorreu a Giovanni Legrenzi, e dos franceses foi nos Couperin, sobretudo em François, cognominado o «Grande», que encontrou fonte de inspiração, como no-lo atesta o andamento central da Pièce d’Orgue, composto à maneira de um «Plein jeu» francês. É dessas três influências que este recital se ocupa numa panorâmica oferecida pelo organista italiano Paolo Crivellaro.

SÁBADO, 20 DE SETEMBRO, 21:30H
Igreja de Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha)
Missa em Homenagem a Olivier Messiaen
António Esteireiro, órgão
Coro do Instituto Gregoriano de Lisboa
Armando Possante, direcção
Ao lembrar Olivier Messiaen, cujo centenário do nascimento se encontra a decorrer, este concerto procura prestar homenagem a um dos compositores mais influentes da segunda metade do século XX. De facto, a sua obra, pelas características que reveste, fez dele um inovador nos domínios harmónico e melódico, além de notável colorista orquestral. O seu gosto pronunciado pela música da antiguidade, o seu recurso aos ritmos exóticos procedentes da música hindú, os seus aturados estudos ornitológicos elevam-no a um lugar cimeiro na História da Música do Ocidente, e o seu fervor católico confere à sua obra um misticismo talvez só comparável ao de J. S. Bach. Correspondendo a esse misticismo, António Esteireiro, ao escolher obras de Messiaen anteriores à Segunda Guerra Mundial, propõe-nos um enquadramento musical para uma celebração litúrgica à luz da prática seguida pelo próprio compositor na Igreja da Trinité, em Paris, de cujo órgão foi titular durante cerca de 62 anos.

Domingo, 21 de Setembro, 12:00h
Basílica da Estrela
Missa do Festival
Sérgio Silva, órgão
Coro Solemnis

DOMINGO, 21 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
Tocata e Concerto

Harald Vogel, órgão
Caracterizada pelo seu cunho brilhante, andamento rápido e de igual valor temporal, a tocata apresenta-se como um género de composição livre para um só instrumento. Por outro lado, o concerto é uma composição para um ou mais instrumentos solistas, cuja actuação contrasta com a de um conjunto instrumental. Ambas de origem italiana, estas formas rapidamente se expandiram à Áustria e à Alemanha, países de destino de muitos músicos transalpinos, acabando por exercer uma influência duradora nos compositores autóctones, como se poderá apreciar neste programa. Abrangendo um século de música, Harald Vogel, um dos maiores especialistas em música alemã e investigador com obra publicada, dar-nos-á uma visão do que foi essa influência em nomes tais os de Kerll, Buxtehude, Walther, Bruhns e J. S. Bach, este reconhecidamente apreciador da música italiana do seu tempo.

SÁBADO, 27 DE SETEMBRO, 21:30H
Igreja Matriz de Oeiras
Do Classicismo ao Romantismo na Música Espanhola para Órgão

Jesús Gonzalo López, órgão
Os acontecimentos políticos e sociais que abalaram a Europa na sequência da Revolução Francesa, tiveram importantes consequências na vida cultural (e musical) de todos os países. Na Península Ibérica, após o tumulto das Guerras Napoleónicas, a progressiva absorção dos ideais liberais franceses deu origem, nomeadamente, à criação de um novo sistema de educação musical decalcado do Conservatório de Paris. Os organistas espanhóis, formados na tradição ibérica dos séculos anteriores, só muito lentamente absorveram as novas tendências, originando um idioma híbrido que aliava a expressividade dos novos ideais românticos a um carácter marcadamente hispânico. Jesus Gonzálo López propõe neste recital uma viagem através deste repertório tão original quanto desconhecido.

DOMINGO, 28 DE SETEMBRO, 21:30H
Sé Patriarcal de Lisboa
Olivier Messiaen

Hans-Ola Ericsson, órgão
O conturbado decénio de Sessenta em França foi, para Messiaen, especialmente benéfico. Foi por esse então que atingiu a celebridade, que lhe chegaram as honras e os prémios (eleição para o Instituto) e que foi nomeado professor de composição do Conservatório de Paris. É desse período que datam as Méditations sur le Mystère de la Sainte Trinité, obra que pela sua originalidade, complexidade e grandeza diz bem da personalidade e do misticismo de quem a escreveu. Desse misticismo, que foi constante até ao fim da sua vida, diria o próprio compositor nas vésperas da sua morte: «Escrevi músicas puras (por razões de mera pesquisa técnica) ou de carácter profano. Quase que lamento tê-las escrito. As músicas criadas para cantar os mistérios da Fé parecem-me bem mais úteis para os meus contemporâneos. Talvez venham a agradecer-me?... Eu sou, em princípio, um músico da alegria e agrada-me sobretudo meditar sobre os mistérios gloriosos… Cheguei a uma idade em que é preciso começar a pensar no Além: esperemos que seja glorioso.»

QUARTA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO, 21:30H
Basílica da Estrela
Concerto de Encerramento: Marcos Portugal
João Vaz, órgão
António Duarte, órgão
Ana Paula Russo, soprano
Susana Gaspar, soprano
Helena Lima, meio soprano
João Rodrigues, tenor
Jorge Martins, barítono
Rui Baeta, baixo
Luís Sá Pessoa, violoncelo
Marta Vicente, contrabaixo
Coro de Câmara de Lisboa
Teresita Gutierrez Marques, direcção

Considerado por Stendhal, que a ele se referiu com simpatia, um dos compositores do interregno, Marcos Portugal – ou Portogallo, como lhe chamavam lá fora – foi sem dúvida um dos nomes mais conhecidos da música do seu tempo. As suas óperas, que correram toda a Europa, de Lisboa a Sampetersburgo, alcançaram sempre os maiores sucessos, sobretudo em Itália, onde residiu longas temporadas e onde se chegou mesmo a inaugurar um teatro com uma ópera sua, e em França, onde o próprio Napoleão parece que o admirava. De resto, tudo leva a crer que essa admiração era recíproca, uma vez que foi com o seu Demofoonte que Junot festejou a 15 de Agosto de 1808 com grande gala no São Carlos o 39º aniversário do Imperador. Mas, não só de ópera se compõe o seu impressionante catálogo. Marcos Portugal escreveu igualmente muitas obras religiosas, entre as quais figura naturalmente a Missa deste programa, agora dada pela primeira vez em estreia moderna juntamente com a única sonata para órgão que dele até ao momento se conhece.
»
(programa e notas retirados de: http://www.festivaldeorgao.com/)
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Saint Saëns - Introduction et Rondo Capriccioso / by Miguel Zink

Fictitious Sports / David Zink

Miguel Zink (b. 1995), winner of 2010 A. Capela Competiton, at the Laureate Concert

Lalo - Sinfonia Española (1st. mov.) / Miguel Zink, 15 years

LALO - Sinf. Española (4th mov.) / Miguel Zink (violin) & Karina Axenova (piano)

About the essential and discreet difference / Julia Lello (poem) & David Zink (music)

Dolphin Dance / David Zink

From Science and Art / Jorge Castro (poem) & David Zink (music)

Jupiter (1st approach, abridged) / David Zink

Kreisler (1875-1962) - Praeludium & Allegro / Miguel Zink (violin)

Bruch (1838-1920) - Violin Concert in G minor (1st mov.) / Miguel Zink (b. 1995)

Lullaby song / Jorge Castro (poem) & David Zink (music)

Sphera Mundi (abridged) / DZ

Massenet (1842-1912) - "Méditation", de Thaïs (1894) / Os Violinhos, dir. Filipa Poejo

Mozart's Requiem, K. 626 / Wiener Symphoniker, dir. Karl Bhöm

Pergolesi (1710-36) - Stabat Mater / Lucia Valentin-Terrani, Margaret Marshall ; L.S.O., dir. Abbado

Rachmaninov's cello sonata, op. 19, 3rd mov. / Karine Georgian & Vladimir Krainev

Verdi's Dies Irae, Dies Illa, from Requiem / dir. Karajan