COMO SE FAZ A HISTÓRIA DO FADO?
Bibliografia, fontes documentais e arquivos sonoros
Hoje, dia 15 de Dezembro, pelas 18h, no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal (Campo Grande, 83 - Lisboa), realiza-se uma importante conferência a cargo do Prof. Rui Vieira Nery, que abordará o estado da questão em matéria da historiografia do Fado, a qual será complementada por uma mostra documental e uma actuação dos Músicos do Tejo.
Nesta conferência dedicada não apenas a musicólogos mas também a todos aqueles que se interessam pelo Fado - seja enquanto amantes do género ou interessados em conhecer melhor a sua génese, percurso histórico e repercussões sociais e musicais -, o conhecido musicólogo (ele próprio filho de um grande guitarrista de Fado: Raul Nery) apresentará uma panorâmica da História do Fado e da sua problemática.
«Depois dos estudos pioneiros de Pinto de Carvalho e Alberto Pimentel, nos primeiros anos do século XX, e do enorme esforço de recolha informativa levada a cabo por Luís Moita e A. Vítor Machado na década de 1930, pode dizer-se que o arranque da investigação sobre este tema se dá com a exposição Fado: Vozes e Sombras, comissariada por Joaquim Pais de Brito e integrada no programa de Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura.
O estudo do Fado exige a construção de um modelo teórico que o integre no contexto mais geral da História Cultural portuguesa desde os finais do Antigo Regime e o inter-relacione com os desenvolvimentos paralelos da Economia, da Sociedade, das Ideias, da Literatura e das Artes em Portugal no mesmo período.
Mas exige também, como base indispensável, um trabalho intenso de recolha e estudo de fontes de todos os tipos: por um lado, as fontes documentais primárias tradicionais (documentação oficial, periódicos, edições poéticas e musicais, iconografia); por outro, a bibliografia secundária (estudos, ensaios, artigos de jornal). Algumas destas fontes eram tradicionalmente consideradas “menores”, pela própria condição pobre e facilmente perecível dos seus suportes materiais e por preconceito ideológico relativamente a uma Cultura Popular urbana considerada inferior face aos modelos eruditos e “impura” face às tradições culturais rurais.
Mas igualmente importante é o estudo de outras fontes como os instrumentos musicais (guitarras portuguesas e violas, mas também bandolins, por exemplo), e sobretudo como os registos fonográficos, que só nos últimos anos começaram a ser objecto de levantamento e análise. Nesta sessão, Rui Vieira Nery pretende apresentar, de algum modo, o “estado da arte” teórico e prático desta questão.
A sessão, durante a qual estará exposta uma selecção de bibliografia e partituras de interesse para a história do fado, encerrará com a actuação dos Músicos do Tejo.»
O estudo do Fado exige a construção de um modelo teórico que o integre no contexto mais geral da História Cultural portuguesa desde os finais do Antigo Regime e o inter-relacione com os desenvolvimentos paralelos da Economia, da Sociedade, das Ideias, da Literatura e das Artes em Portugal no mesmo período.
Mas exige também, como base indispensável, um trabalho intenso de recolha e estudo de fontes de todos os tipos: por um lado, as fontes documentais primárias tradicionais (documentação oficial, periódicos, edições poéticas e musicais, iconografia); por outro, a bibliografia secundária (estudos, ensaios, artigos de jornal). Algumas destas fontes eram tradicionalmente consideradas “menores”, pela própria condição pobre e facilmente perecível dos seus suportes materiais e por preconceito ideológico relativamente a uma Cultura Popular urbana considerada inferior face aos modelos eruditos e “impura” face às tradições culturais rurais.
Mas igualmente importante é o estudo de outras fontes como os instrumentos musicais (guitarras portuguesas e violas, mas também bandolins, por exemplo), e sobretudo como os registos fonográficos, que só nos últimos anos começaram a ser objecto de levantamento e análise. Nesta sessão, Rui Vieira Nery pretende apresentar, de algum modo, o “estado da arte” teórico e prático desta questão.
A sessão, durante a qual estará exposta uma selecção de bibliografia e partituras de interesse para a história do fado, encerrará com a actuação dos Músicos do Tejo.»
Os Músicos do Tejo são um trio – constituído por Ana Quintans (voz), Ricardo Rocha (guitarra portuguesa) e Marcos Magalhães (cravo e direcção) –, que procura inovar o panorama musical actual a partir das suas influências mais remotas do fado.
Entrada livre.
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