ARS MUSICA 2U releva do conceito de que a arte dos sons é parte essencial da vida, sendo esta considerada como arte total. Por isso se revê no projecto ARS INTEGRATA e é parte integrante do mesmo.
ARS MUSICA 2U procura estar em sintonia com todos os que partilham do nosso modo aberto de conceber e fruir a arte dos sons.
Por isso é também ARS MUSICA 2U (leia-se, "to you", i.e. a arte da música para si). Somos fiéis ao lema "Trás outro amigo também". Colabore.
-
E-mail: arsmusica2u@gmail.com

Sugerimos também a navegação pelos links elencados na coluna esquerda (clicando sobre os nomes ou designações disponibilizados)

Fasil Say (b. 1970) - Black Earth

Tuesday, January 5, 2010

ARS MUSICA (81): CRAMOL canta As Janeiras do Ano Novo 2010



Ars Musica 2U saúda a entrada em 2010, estendendo um duplo convite do CRAMOL - coro feminino de polifonias tradicionais portuguesas, para assistirmos ao seu Concerto de Ano Novo, e simultaneamente de encerramento das Comemorações do seu 30.º aniversário, que terá lugar na próxima 6.ª feira, dia 8 de Janeiro, pelas 21h30 na Igreja Matriz de Oeiras (com entrada gratuita), e após o qual este emocionante coro cujo prestígio ultrapassa fronteiras, nos desafia para partirmos em conjunto num cortejo de cânticos pela vila fora, num percurso previamente delineado, em que se prevêm momentos de surpresas e petiscos, cumprindo um ritual ancestral de celebração: «Cantar as Janeiras»!
É pois um acontecimento a não perder!


Note-se que este agrupamento vocal feminino de polifonias tradicionais portuguesas, tendo apenas dois discos gravados em seu nome - "Cramol" e o duplo CD "Vozes de nós" (recomendamos vivamente a compra deste último) - tem colaborado em espectáculos e gravações com muitos outros grandes nomes da música portuguesa assim como ensaiado experiências com artistas e grupos de diferentes países e géneros musicais,

O maestro e etno-musicólogo Domingos Morais, assinalando o 30.º aniversário do CRAMOL escreveu a propósito da sua importância o seguinte texto, que transcrevemos com a devida autorização do autor.


CRAMOL, uma Universidade sem Diplomas

“Se não tens uma aldeia..., tens de ir em busca dela!”
João dos Santos[1]


Quem dá voz a este CLAMOR (ou CRAMOL) que se ouve há três décadas na Vila de Oeiras? E porque persistem estas mulheres em aprender e partilhar saberes que não pertencem ao seu universo urbano numa Associação, a Biblioteca Operária Oeirense, criada em 1933 por operários que tinham por lema “depois do pão, a instrução”?

Ou será que pertencem, embora transfigurados e descontextualizados mas ainda apelando ao que de mais essencial as mobiliza?

Talvez o segredo esteja no processo. Nos ensaios em que a voz e o corpo se soltam e revelam novos sentidos. São assim capazes de embalar sem ter de adormecer, chamar como se estivessem no alto de um monte, invocar trabalhos que já não existem - do linho, das mondas, da apanha da azeitona. E amam e sofrem sem objecto visível, inventam romarias e festas, lançam preces, esconjuros e maldições, fazem encomendações, rezas e promessas cantadas a Divindades que quase deixaram de as acompanhar.

A Terra e os seus frutos são temas constantes, marcando talvez a mais sólida ligação com o seu Tempo, no respeito e gratidão de quem dela depende, agora e sempre. E a Palavra que nasce e se organiza em textos cantados de uma poética deslumbrante.

Quem passa por este processo como que renasce ao estabelecer os elos que permitem compreender o que é ser Mulher. As lições recebidas nessa nova liturgia do Canto terão talvez transformado as suas vidas, dando-lhes instrumentos únicos para ler o Mundo. E premiou-as, pela sua dedicação e persistência, com o mais vasto repertório de canto no feminino de todas as regiões de Portugal, alguma vez conhecido por um único grupo.

Mesmo sabendo que a Tradição, “JÁ NÃO ERA O QUE É, NEM SERÁ O QUE FOI e NUNCA FOI O QUE PENSÁVAMOS QUE ERA” Cada geração inventa, recria, adapta, adopta e copia, sem culpa nem pecado.

Será que este CLAMOR chegará a outras mulheres (e homens)?

Domingos Morais
Março de 2009

[1] Ensaios sobre educação II: 103-104. Ed Livros Horizonte, 1990.
-

Saint Saëns - Introduction et Rondo Capriccioso / by Miguel Zink

Fictitious Sports / David Zink

Miguel Zink (b. 1995), winner of 2010 A. Capela Competiton, at the Laureate Concert

Lalo - Sinfonia Española (1st. mov.) / Miguel Zink, 15 years

LALO - Sinf. Española (4th mov.) / Miguel Zink (violin) & Karina Axenova (piano)

About the essential and discreet difference / Julia Lello (poem) & David Zink (music)

Dolphin Dance / David Zink

From Science and Art / Jorge Castro (poem) & David Zink (music)

Jupiter (1st approach, abridged) / David Zink

Kreisler (1875-1962) - Praeludium & Allegro / Miguel Zink (violin)

Bruch (1838-1920) - Violin Concert in G minor (1st mov.) / Miguel Zink (b. 1995)

Lullaby song / Jorge Castro (poem) & David Zink (music)

Sphera Mundi (abridged) / DZ

Massenet (1842-1912) - "Méditation", de Thaïs (1894) / Os Violinhos, dir. Filipa Poejo

Mozart's Requiem, K. 626 / Wiener Symphoniker, dir. Karl Bhöm

Pergolesi (1710-36) - Stabat Mater / Lucia Valentin-Terrani, Margaret Marshall ; L.S.O., dir. Abbado

Rachmaninov's cello sonata, op. 19, 3rd mov. / Karine Georgian & Vladimir Krainev

Verdi's Dies Irae, Dies Illa, from Requiem / dir. Karajan